- Chegamos a ultima mensagem da série: o ponto de apoio (Josué 1.7,8), desejando mais de Deus (I Pedro 2.2), o peso da Palavra de Deus (Jonas 3.1-11) e agora, proponho falar sobre a prática dos ensinamentos da palavra implantada em nós!
- Vivemos em uma sociedade que privilegia bastante as sensações. O “sentir-se bem” é algo procurado por pessoas sentimentalistas. Na realidade, com o abandono de “verdades absolutas”, o homem pós-moderno, carente de um parâmetro (uma direção para a vida) acabou escolhendo o sentimento para guiar suas pretensões existenciais.
- Steven Connor, vai dizer que: “desde a música ao turismo, à TV e mesmo à educação, todas estas coisas são imperativos da propaganda, e que o consumidor não quer mais aquilo que é bom, mas ele quer experiências”.
- E é nesse contexto hedonista (busca pelo prazer) que a Palavra de Deus precisa se erguer como um “padrão definidor de verdade”. O apelo de Tiago é muito bem feito em nossos dias: devemos ser praticantes da Bíblia e não meramente ouvintes... isso para não entrarmos em contradição com o que somos, com a vida que vivemos, e, sobretudo com o Deus a quem devemos adorar!
FT. Quando você cumpre a Bíblia, e não apenas a ouve:
01. Você passa a se conhecer melhor:
- No verso 22, encontramos um apelo para a formação de um hábito saudável: ser cumpridor (executor, agente, praticante) da Palavra de Deus e não apenas um passivo ouvinte... isso para que não haja engano a respeito de si mesmo:
E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos... (versão revista e corrigida)
- O auto engano aqui exposto equivale a um conhecimento deficiente de quem se é, enquanto ser humano, leitor da Bíblia Sagrada. Desde os primórdios da fé cristã, o desafio posto continua ser o mesmo: o exame apurado das Escrituras para um entendimento de que o homem é um pecador inveterado e precisa das orientações de Deus para viver bem aqui nesta terra.
- Foi o bispo Butler que disse acertadamente: “A religiosidade não consiste no conhecimento e na crença, nem mesmo em verdades fundamentais, e, sim, em sermos levados a certa atitude e conduta”.
a) Se não houver prática, você se engana, pensando ser bom em si mesmo.
- O homem é um ser depravado totalmente. Há dentro de nós uma miséria fétida que nos impede de aproximarmos de Deus por nossos próprios méritos. É sabido que, quando olhamos para dentro de nós, nenhum bem vemos. É o que cantamos: “se tu olhares, Senhor, pra dentro de mim... nada encontrará de bom...”
- A sua bondade é um nada diante de Deus que lhe conhece por dentro, e sabe que a sua pretensão em ser sábio, na realidade é uma desculpa para você mesmo se esquecer de sua tolice para com as coisas de Deus!
b) Se não houver prática, você se engana, pensando que a sua razão lhe aproximará de Deus.
- Thomas de Kempis, monge alemão, do séc. XV, disse algo interessante: “Na leitura das Escrituras, prejudica-nos muitas vezes nossa curiosidade, porque pretendemos compreender e discutir o que se devia passar singelamente. Se queres tirar proveito, lê com humildade, simplicidade e fé, sem aspirares à reputação de sábio”.
- Tenho que lhes falar do perigo dos liberais que “arruinados pelo racionalismo, se tornaram incapazes de receber a Bíblia como a Palavra de Deus para o homem, aceitando-a apenas como a palavra do homem a respeito de Deus”. (Geoffrey Thomas)
- A razão humana é limitada em sua tentativa de entender o mistério da Palavra de Deus. A Bíblia não é Palavra de Deus porque isso foi conferido pelo homem, mas sim, porque o próprio Deus afirma isso. Não se trata meramente de autoridade reconhecida pela mente humana, mas sim, autoridade que ultrapassa o entendimento humano... isto porque a origem da Bíblia está em Deus!
Ilust. Um jovem africano, convertido, orou certa noite desta forma: "Ó Senhor, Tu és a Agulha e eu sou a linha!" Ele havia visitado, naquele dia, uma escola onde assistiu a muitasmeninas costurando. Ele notou que a linha sempre seguia a agulha e viu, naquela simples tarefa, uma verdade espiritual profunda. Se ele ficasse perto do Senhor, orando, lendo SuaPalavra, dependendo completamente dele, seria sempre conduzido pelo Espírito de Deus. a comunhão total com Deus nos impedirá de ficar frustrados quando interrompemos onosso serviço para lhe perguntar o que deseja que façamos a seguir
FT. Quando você cumpre a Bíblia, e não apenas a ouve:
03. Você se relaciona com Cristo do modo correto:
23 Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho 24 e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. (nvi)
- A metáfora do espelho é interessantíssima: tenho para mim, que o “espelho’ aqui representa a Cristo. Há quem olhe para Cristo e apenas se lamenta pelo seu estado atual de feiúra espiritual, e outro olham para Cristo e vêem nele um modelo a ser seguido.
- Champlim vai dizer: “... a ilustração fala sobre o tipo de homem que trata a religião cristã como um dever social, como uma curiosidade ou obrigação, mas que não é uma pessoa espiritualmente séria”.
a) Há muitos que olham para o espelho, não gostam do que vêem, mas logo se esquecem...
- Os espelhos nesse tempo eram feitos de metal, modelado e altamente polido. Quando se olha no espelho vê-se a situação atual, e mesmo quando não se gosta, não se tem como mudar. Agora, quando olhamos no “espelho de Cristo” a nossa contemplação repetida e constante, produzirá a transformação de nossa imagem em algo que seja semelhante a imagem do próprio Cristo!
- Na história de Branca de Neve, há alusão a um espelho falante que testemunhava ou não se havia alguém mais linda do que a Rainha Má. Usando essa figura eu diria que o espelho da nossa razão nos impõe a cada dia a um veredicto invertido: será que existe alguém pior do nós?
- C. H. Spurgeon em uma mensagem “A si mesmo se Humilhou” com base em Filipenses 2.8 disse: Uma compreensão do admirável amor de Cristo possui mais tendência de humilhar-nos do que a compreensão de nossa própria culpa. O orgulho não pode subsistir da cruz. Assentemo-nos ali e aprendamos nossa lição. Depois, levantemo-nos e a coloquemos em prática.”
b) Olhar para o espelho da vida, sem se espelhar em Cristo pode levá-lo à depressão.
- O deprimido é alguém que se torna abatido, triste, cheio de melancolia, desanimado porque do alto foi empurrado para baixo. Hoje, a depressão é apontada pela Organização Mundial de Saúde como a quinta maior questão de saúde pública. Em 2020, deverá ser a segunda, depois justamente das doenças cardíacas. Ou seja, os laços entre os dois distúrbios tendem a ser mais estreitos.
- É triste mas, uma das estratégias cruéis do Diabo é fazer-nos conscientes de nossa feiúra e se aproveitar disso para insistentemente nos “colocar para baixo”... e isso acontece sobretudo, quando lidamos com a vida cristã de maneira imatura: muito conhecimento e pouca vivência prática.
- Gente que olha para o espelho e percebe-se carente de uma profunda reforma, mas na hora de se definir cria barreiras para uma tomada de decisão mais radical do lado de Deus e Sua palavra. A intenção é a melhor das melhores, mas sem obediência qualquer boa intenção povoa o inferno! Foi Calvino quem disse: “a obediência é a mãe do verdadeiro conhecimento de Deus”.
Ilust. A lenda de Narciso, surgida provavelmente da superstição grega segundo a qual contemplar a própria imagem prenunciava má sorte, possui um simbolismo que fez dela uma das mais duradouras da mitologia grega. Narciso era um jovem de singular beleza, filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco - segundo outras fontes, do jovem Amantis - e seu egoísmo provocou o castigo dos deuses. Ao observar o reflexo de seu rosto nas águas de uma fonte, apaixonou-se pela própria imagem e ficou a contemplá-la até consumir-se. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera. Em outra versão da lenda, Narciso contemplava a própria imagem para recordar os traços da irmã gêmea, morta tragicamente. Foi, no entanto, a versão tradicional, reproduzida no essencial por Ovídio em Metamorfoses, que se transmitiu à cultura ocidental por intermédio dos autores renascentistas. Na psiquiatria e particularmente na psicanálise, o termo narcisismo designa a condição mórbida do indivíduo que tem interesse exagerado pelo próprio corpo.
FT. Quando você cumpre a Bíblia, e não apenas a ouve:
03. Você descobre a riqueza de uma vida abençoada.
25 Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer. (versão revisada)
- Que texto fabuloso: quem atenta bem (“crer e observar, tudo quanto ordenar, o fiel obedece ao que Cristo mandar!), e não é ouvinte esquecido mas executor da obra (operoso praticante) é bem aventurado (rico, prospero, feliz).
a) A benção está em atentar bem para os princípios de Deus.
- Trata-se de uma lei moldada pelo próprio Cristo... é a lei de Moisés atualizada pelos valores de Cristo... uma versão dC... segundo Champlim “essa lei fornece um ´reflexo perfeito´... o homem se vê como é... e vê a Cristo como ele é... e diz... ´quero ser como ele é´”.
- Quem conhece as Escrituras e teme a Deus não fica satisfeito com o atual estado em que se encontra... o homem sem Deus como tenho dito tem como norma de vida o caos. Mas, quando se “atenta bem” para a lei perfeita logo “tudo se faz novo”.
- A lei perfeita é a da liberdade... não há espaço para o “regrismo das religiões humanas”... tudo é feito na base da liberdade que é levada cativa aos pés de Jesus. Você é livre para escolher a que senhor deseja servir! Logo, é uma liberdade que abre portas das bênçãos espirituais fechando as portas da pretensão humana em merecer alguma coisa das mãos de Deus!
- É como diz R.C. Sproul comenta: “O cristão que busca uma experiência mais profunda de Deus, ignorando as duras palavras das Escrituras, não chega a parte alguma.”
b) A benção está em praticar no dia a dia os conselhos de Deus.
- É transformar o que se lê nas Escrituras como estilo de vida. Tem quatro tipos de pessoas que entram em nossas igrejas: a) aqueles que entram, mas não agem; b) aqueles que agem, mas não entram; c) aqueles que entram e agem e d) aqueles que nem entram e nem agem. Os dois primeiros são tipos indiferentes, o terceiro é o “operoso praticante” e o quarto é alguém que está distante de Deus!
- A Bíblia não é um livro para ser defendido... e ela que nos defende... Lutero com razão disse: "A Palavra de Deus é viva. Isto significa que ela vivifica aqueles que nela crêem. Portanto, devemos correr para ela antes de perecermos e morrermos."
- Tenho pensado nesse tema ultimamente... o que devemos fazer em meio a tanto pouco caso com a Bíblia e as coisas de Deus? Uma resposta que tenho perseguido é: devemos afirmar categoricamente a clareza das Escrituras para uma vida que de fato, agrade ao coração de Deus.
Ilust. Numa igreja na Inglaterra, o pastor resolveu proibir os cânticos para mostrar que a adoração é mais do que música: após isso, o ministro de música da igreja, Matt Redman, compôs a clássica Heart of worship (“coração da adoração”):
“Trarei a ti mais que uma canção,
porque a canção em si não é o que exigiste.
Sondas meu interior,
muito além das aparências.Estás olhando dentro do meu coração.”
Fonte: http://bit.ly/OgXAa1
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